ACC
ACC é a sigla
do Adaptive Cruise Control ou
“controlador de velocidade ativo”, geralmente conhecido como “controlo de
cruzeiro adaptativo”, que é a sua denominação mais coloquial. O ACC é um
elemento de segurança que complementa o limitador de velocidade, embora mais
moderno; para além de permitir ao motorista manter uma velocidade constante,
também lhe confere a capacidade de regular ativa e inteligentemente o controlo
de velocidade, adaptando-o às situações reais do trânsito.
Na Segurança automóvel
sempre que um novo dispositivo é fabricado, mesmo que venha complementar um
anterior, geralmente representa um avanço na tecnologia. Se com o limitador e
regulador de velocidade o condutor apenas podia estabelecer um limite de
velocidade máximo ao qual desejava circular, agora, o novo controlo inteligente ACC
permite também regular a velocidade de modo a manter uma distância de segurança adequada
para com o veículo que nos precede.
Controlador inteligente
de velocidade
Dentro dos reguladores
inteligentes de velocidade temos o controlo de cruzeiro, propriamente dito, que
é um sistema que permite estabelecer uma determinada velocidade à qual
desejamos que o nosso veículo circule sem a necessidade de pressionarmos o
acelerador e o controlo de cruzeiro ativo que pode também funcionar como um
controlo de cruzeiro normal, realizando as funções de travagem e aceleração
dependendo da situação do tráfego e obedecendo sempre a cotas de distância
previamente estabelecidas.
O
funcionamento do controlo de cruzeiro adaptativo, o ACC, é muito simples. Se dispusermos deste dispositivo no nosso veículo
ele irá manter-nos sempre informados dado que a sua activação é automática.
Isto significa que por meio de sinais de radar ele deteta e avisa a presença de
outros veículos no nosso caminho reagindo perante os mesmo de forma a prevenir
qualquer contato. Depois, uma vez ultrapassado o obstáculo, o veículo voltará a
acelerar até voltar à velocidade pré-definida, podendo ser desligado pelo
condutor a qualquer momento, carregando no pedal do travão, carregando no botão
“OFF” do painel de instrumentos ou sempre que o veículo circule a velocidades
reduzidas.
Dispositivo que alerta o
condutor sobre situações críticas
Existem actualmente vários sistemas de controlo de cruzeiro
adaptativos assim como, para citar alguns, O Distronic Plus da
Mercedez-Benz com o seu programa de velocidade ativa, o Adaptive Cruise Control
2010 no Ford TAURUS e o ACC Innodrive da Porsche. Por exemplo, neste vídeo
podemos ver o sistema da Audi, durante o lançamento do Q7, que eles denominam
de Braking Guard, onde o sistema de controlo avisa o condutor quando o veículo
que o precede trava bruscamente:
No entanto,
independentemente do sistema que usemos, cabe-nos recordar que são apenas
sistemas de ajuda à condução e que não substituem de forma alguma o ser humano,
nomeadamente, porque os comandos do veículo são dirigidos e programados pelo
condutor e não o contrário.
Dicionário de sistemas de segurança
automóvel
Regulador ou
controlo ativo de velocidade
Dispositivo que mede a
distância entre dois pontos através de um radar de infravermelhos para regular
a velocidade.
Também denominado como:
ACC, Control de cruzeiro adaptativo de velocidade
Relacionado com:
Limitador de velocidade
Inventor / Ano:
Ralph Teetor, utilizado no Chrysler Imperial em 1958
CONE DE ASPIRAÇÃO
Diariamente, em todas as
autoestradas, podem ver-se camionistas que circulam muito próximos uns dos
outros, ou carros suspeitosamente colados a autocarros, camiões ou a outros
carros. Porquê? Estão a aproveitar o “cone
de aspiração”, ou, por outras palavras, estão a beneficiar de
uma baixa resistência
aerodinâmica, seja por interesse seja por negligência na
condução. Quando circulamos, o veículo tem que vencer o atrito que gera, o
gerado pelo piso e a resistência do ar. Em toda a atmosfera estamos rodeados de
ar, que, naturalmente, tem massa e provoca atrito e resistência.
Um automóvel está
constantemente a deslocar o ar que existe à sua frente e que choca com os seus
para-choques, capô, retrovisores, para-brisas, tejadilho… Quanto maior a
superfície exposta, quanto pior for o coeficiente de penetração aerodinâmica e
quanto maior a velocidade, mais potencia é necessária. Um utilitário de 180
cavalos é uma autêntica bala, contudo, um todo-o-terreno, supondo que pesassem
o mesmo, nunca poderia alcançar a mesma velocidade com os mesmos 180 cavalos,
apesar de ambas as prestações serem normais.
Os veículos
todo-o-terreno não só gastam mais devido ao seu sistema 4×4 (gera mais atrito)
como também devido à sua pouca aerodinâmica. Por um lado têm carrocerias
grandes e, por outro, as suas carrocerias são mais altas em relação ao solo,
oferecendo maior resistência à marcha. É por esse motivo que os carros de
competição têm o mínimo possível de altura. Da mesma forma, existem modelos de
carros de estrada desportivos com suspensão rebaixada e modelos “roadster”, que
geram menos resistência.
Pois bem, quando se
circula atrás de um veículo com o mesmo tamanho ou maior, esse veículo vai a
fazer o esforço de separar o ar e de o atirar para os lados. Assim, o fluxo de ar
que atinge o veículo de trás é tão menor quanto mais próximo estiver a circular
do veículo da frente, fazendo com que a resistência aerodinâmica seja muito
menor. A consequência imediata desta situação é que o consumo do motor diminui
e, quanto maior for a velocidade, mais ele baixa.
Vejamos três formas
de aproveitar o “cone de aspiração”:
§ “Cone de aspiração” económico: Como os combustíveis estão caros, há que poupar. Uma
forma muito eficiente de baixar o consumo na autoestrada é procurar um camião,
um autocarro, um todo-o-terreno ou um SUV alto e colocar-se muito próximo da
sua traseira, para que nos poupe ao esforço de afastar o ar. A desvantagem
deste método é que somos obrigados a viajar à mesma velocidade que esse
veículo, o que também é uma poupança. Outra desvantagem: É extremamente
perigoso.
§ “Cone de aspiração” a autoestrada é minha: Há condutores que não sabem ou que não querem saber
que as vias públicas são para utilização de todos e que todos temos direitos e
deveres. Quando um destes condutores se depara com a via da esquerda da
autoestrada ocupada, coloca-se, com ou sem sinais de luzes, a um ou dois metros
do para-choques do carro da frente à espera que o deixem passar porque, afinal
de contas, a autoestrada é toda dele. Enquanto não o deixarem passar, estará a
poupar combustível, compensando o que gastou por estar com pressa e ir mais
rápido.
§ “Cone de aspiração” por ignorância: Esta é a que praticam todos os condutores que usam a
versão económica ou similar e que não sabem o que pode ocorrer quando se
circula tão próximo de outro veículo. Tudo isto tem muito que ver com o tempo
de reação.
Um adulto de 20 a
30 anos, sem problemas psicológicos nem físicos, desperto e nas melhores
condições, desde que o seu sistema nervoso percebe algo até que tem uma reação
motora muscular demora nunca menos de ¾ de segundo, ou seja, 0,75 segundos.
Esse é o tempo de reação, que pode aumentar em função do estado anímico,
reflexos, estado de saúde, idade, consumo de álcool ou de drogas. Durante
esse lapso de tempo, em linguagem corrente, o carro vai a andar sozinho.
Vamos exemplificar.
Imagina que circulas atrás de um furgão, que transporta caixas, a 100 Km/h. O
teu estado físico e psíquico é perfeito. De repente, a porta do furgão abre-se
acidentalmente e uma das caixas cai para a autoestrada. Os teus olhos
percebem o movimento, passam a informação para o cérebro e este toma a decisão
de mover o pé direito para pisar o travão. Desde que se manda a ordem, através
da espinal medula até ao músculo em questão e se pisa o pedal do travão,
passaram 0,75 segundos durante os quais o teu carro percorreu 20 metros sem
nenhum controlo.
Se fores a viajar
aproveitando o “cone de aspiração” do furgão a menos de 20 metros, a caixa vai
colidir contra o para-brisas sem que consigas ter qualquer reação. Porque
devemos guardar uma distância de segurança? Porque considerando o tempo de
reação, há que deixar espaço suficiente não só para reagir mas também para que
o automóvel possa parar sem colidir com o veículo da frente. Existem inúmeras
razões para o automóvel que vai à nossa frente ter que travar. Justificadas ou
não, elas existem.
distância de detenção = distância de reação + distância de travagem
Quanto maior
for a velocidade, maior deve ser a distância de segurança. Pensa que a 130 Km/h, durante o tempo de reação, o
automóvel percorre sem controlo 27,8 metros, a 150 Km/h percorre 31,25 metros e
a 200 Km/h percorre 41,6 metros.
Quando vejo dois veículos
“colados” na autoestrada, sinto receio, especialmente se for dentro do veículo
que vai à frente. Um mínimo toque no travão e iremos colidir porque não haverá
tempo de reação para o automóvel que vai atrás. Por todos os motivos, não
vale a pena uma poupança de uns poucos litros de combustível aos 100 Km se por
isso nos pudermos matar.
Aproveitar o “cone de
aspiração” em jogos de condução pode ser divertido e dá-nos pontos ou maior
aceleração, mas com um veículo a sério as consequências de não guardar a
distância de segurança não são nenhuma brincadeira. Só há uma ocasião em que
não é prudente guardar a distância de segurança que é quando se faz uma
ultrapassagem, manobra que deve durar, por definição, o menor tempo possível.
Neste caso, é mais seguro ir um pouco “colado” considerando contudo o que está
para além do condutor da frente que se vai ultrapassar.
Além disso existe outro
motivo interessante para manter a distância de segurança. É uma manobra que é
sancionável, podendo ser mandados parar e multados por isso, já que estamos a
colocar em perigo os outros condutores e a nós próprios. Se tivermos a má
sorte de a nossa distância de segurança ser ocupada por um apressado, sejamos
racionais e separemo-nos. Se acelerarmos para que ele não se “cole”, estaremos
a criar uma situação de perigo.
MEDICINA(lowcost)NO TRABALHO
Está previsto na diversa
legislação portuguesa, nomeadamente no código
de trabalho, que os trabalhadores devem efetuar consultas
regulares, e não vamos aprofundar o post sobre a regularidade dessas consultas,
pois cada caso é um caso.
Essencialmente é
pertinente percebermos a importância destas consultas médicas e o seu alcance.
Ou seja, é útil percebermos que a medicina do trabalho serve para avaliar se o
trabalhador se encontra física, psicológica e emocionalmente apto e se o posto
de trabalho está ergonomicamente
equipado de acordo com as necessidades do seu ocupante, por forma a diminuir o
surgimento de doenças profissionais.
Na segurança rodoviária
É sabido que existem
muitos trabalhadores que fazem do
meio rodoviário a sua atividade profissional, com muitas horas
diárias. Motoristas de Taxi, motoristas de autocarros, motoristas de veículos
de mercadorias, instrutores de escola
de condução, entre outros.
Assim sendo, a medicina
do trabalho para estes trabalhadores deve incidir, para além do comum a todas
as profissões, na avaliação da viatura, afim de avaliar se o banco se encontra
em condições de comodidade ou demasiado prensado e sem bom apoio lombar. Verificar
se o sistema de direção emite vibrações que possam promover o surgimento de
tendinites. Avaliar o nível de ruído, etc…
Afinal, se o motorista não se
encontrar comodo no seu posto de trabalho, vai adquirir posturas físicas
erradas, aumentando a possibilidade de surgir stress laboral, assim como é mais
elevada a probabilidade de surgir um acidente de trabalho que neste caso será
um acidente rodoviário
que poderá implicar terceiros. Coloca-se uma questão; O médico que vai
fazer a medicina do trabalho, faz esta avaliação ao posto de trabalho?
Resposta: Simplesmente, NÃO!
Quem pode atestar?
Um trabalhador, antes
demais, é uma pessoa que tem, em principio, um médico de família ou pelo menos
um processo médico num qualquer centro de saúde, seja ele privado ou público. E
se assim é, este trabalhador já tem “alguém” que conhece o seu historial de saúde. O lógico seria que
o médico detentor de tão preciosa informação fosse o responsável pela medicina
do trabalho de determinado trabalhador.
A realidade é outra. Um médico para estar
habilitado a fazer medicina do trabalho tem de ter certificação curricular com
uma formação especifica. E esse médico que faz a medicina do trabalho, não
apenas não conhece o historial médico do trabalhador, como não conhece, porque
não se desloca, o posto de
trabalho.
Logo, a avaliação médica
assenta num pressuposto, não é verdadeira e não passa de, mais uma vez, um
poderoso negócio para a classe médica e empresas que prestam estes serviços e
que em nada valorizam o bem-estar do trabalhador e da segurança rodoviária. Não
nos esqueçamos que muitos, mas mesmo muitos são os trabalhadores que utilizam o
meio rodoviário, diáriamente, como ferramenta de trabalho.
Exames médicos e a
medicina do trabalho
Entre os mais diversos
exames para avaliação médica sobre as condições físicas, psicológicas e
emocionais, são os exames
auditivo e visual, análise à urina e sangue, ecocardiograma, Raio X
tórax, etc… Afinal a legislação prevê restrições e necessárias adaptações a um
posto de trabalho sempre que se verifiquem alterações que o justifiquem.
O problema desta questão
passa pelo poder economico, o “Dumping”
que muitas empresas fazem e a falta de fiscalização adequada por parte da ACT – Autoridade para as
Condições do Trabalho, uma vez que deve ser esta instituição que deve garantir
que todo o processo de medicina do trabalho é bem elaborado, credível e vai de
encontro aos fiéis interesses do trabalhador.
O simples facto de
existirem empresas no mercado com médicos a efetuarem a medicina do trabalho
sem estarem capacitados através de formação
especifica, e sendo essas avaliações assinadas por outros profissionais, já
deturpa a verdade do exame. E quando isso implica a segurança rodoviária, então
estamos perante uma ação que pode condicionar o bem-estar de muitos condutores
e aumentar desse modo a taxa de sinistralidade
e mortalidade rodoviária.
A carta de ligeiros
Para que não surjam
dúvidas nos nossos leitores, vou aqui colocar de forma direta e sem recorrer a
linguagem técnica que está previsto na lei que regula a habilitação legal para conduzir.
Assim para quem seja titular da carta para conduzir automóveis ligeiros, pode
conduzir um motociclo de cilindrada até 125 cc e 16 kw de potência.
Tem, no entanto, o
condutor de ter, no minimo, 25 anos de idade, pois se assim não for não poderá
efetuar a condução do dito veículo. Pode com a carta de ligeiros também
conduzir:
- Quadriciclos – (moto 4 e Papa-reformas).
- tratores agrícolas
ligeiros – O peso com alfaias não pode exceder os 6000 kg.
- Máquinas industriais,
agrícolas e florestais ligeiras. Peso máximo de 3500 kg.
- Autocaravanas ligeiras
– Consideram-se autocaravanas
ligeiras estes veículos que não tenham um peso bruto superior a 4250 kg.
Para atrelar um reboque
ao automóvel ligeiro, deve o condutor ter em atenção os seguintes factos:
- O peso bruto
rebocável do automóvel O automóvel não pode atrelar um reboque cujo peso bruto
é superior ao seu peso bruto rebocável, ainda que o peso bruto do conjunto seja
inferior ou igual a 3500 kg.
- O peso bruto do reboque
não exceda os 750 kg, salvo nos casos em que este não exceda a tara do
automóvel e a soma do peso bruto do conjunto não exceda os 3500 kg.
Na possibilidade do peso
bruto do reboque ser superior a 750 kg ou superior à tara do automóvel, então à
categoria do ligeiro terá de juntar-se a categoria de reboques. Se esta for a
solução, então deveremos estar atentos ao valor dos quilos que advém da soma
dos pesos bruto do automóvel e do reboque. Este valor não pode exceder os 3500
kg, excepto no caso das autocaravanas ligeiras, que não poderá exceder os 4250
kg.
A carta de motociclos
Como vimos no inicio do
texto, um condutor de automóveis ligeiros pode conduzir um motociclo de
cilindrada de 125 cc e 16 kw de potência. Para tal necessita de ter uma
idade minima de 25 anos. Podemos concordar ou não com esta possibilidade de
condutores habilitados para uma categoria de perícia poderem conduzir uma
categoria de equilíbrio. Mas a verdade é que tal é possível, mesmo que tal
represente um perigo acrescido para a segurança
rodoviária, por falta de formação adequada.
Os motociclos dividem-se
em diversas categorias; AM, A1, A2 e A. AM representa os motociclos que
tendo uma cilindrada
inferior a 50 cc, ainda assim circula a mais de 45 km/h. A1 é uma sub-categoria
que permite a menores de idade, num mínimo de 16 anos, possam ter aceso a uma
carta de condução e a uma formação
mais aprofundada. Para os menores de idade a potência do veículo fica limitada
aos 11 kw.
Com 18 anos d idade o
individuo pode propor-se à aquisição da categoria A2, o que lhe vai permitir a
condução de um motociclo de potência máxima 35 kw. Para poder conduzir um motociclo com
mais de 35 kw, então o futuro condutor poderá adquirir formação numa escola de
condução aos 24 anos de idade, ou tendo a categoria A2 aos 18 anos, poderá
adquiri-la aos 20 anos.
CAPACETE
O capacete é, como quase todos sabemos, o primeiro e mais importante elemento de
proteção que um motociclista tem para fazer frente aos impactos
que possa sofrer na sua cabeça. Para sermos mais exatos, deve-se dizer que não
serve apenas para salvaguardar a integridade dos condutores de veículos de duas
rodas, mas também é imprescindível para os corredores de carros, ciclistas,
trabalhadores, patinadores, etc.
Aqui falaremos em
concreto dos capacetes dos motociclistas e dos diferentes tipos existentes, em
função do seu tipo de construção e da sua forma. Mas antes de entrar em
detalhes, devemos recordar que o uso do capacete é obrigatório quando
conduzimos um ciclomotor ou uma moto, e que além de minimizar os danos que
possamos sofrer numa queda, não usar implica uma multa de 60 a 300 euros
Quem nasceu primeiro, o
ovo ou a galinha?” O capacete ou a mota? Neste caso, a resposta é fácil: a
mota. Os primeiro condutores preferiam antes usar roupas que os protegessem do
frio, do que capacetes.
Um belo dia,
aproximadamente nos anos 30, alguém que talvez tenha beijado o chão em
demasiadas ocasiões, decidiu colocar um capacete
de couro semelhante aos usados pelos pilotos de aviões da
época. A proteção não era o seu forte, mas servia ao menos para que as pedras
que naqueles tempos povoavam as estradas não magoassem.
É complicado dizer
exatamente quem foi o seu inventor, apesar da maioria estar de acordo que o seu
precursor foi o neurocirurgião Hugh
Cairns. Tudo se precipitou com a morte do mítico espião Thomas Edward Lawrence,
mais conhecido como Lawrence das Arábias, quando em 1935 teve um acidente de
mota onde bateu com a cabeça, depois de evitar atropelar duas crianças que se
lhe atravessaram no caminho.
Hugh Cairns
desenhou um capacete fabricado com fibras de coco entrelaçadas e coladas com uma resina. Segurava-se á cabeça através de
duas tiras de couro que partiam das laterais, á altura das orelhas, e que se
prendiam debaixo do queixo com uma fivela.
Graças aos motociclistas
do exercito Inglês, realizou dois estudos entre 1941 e 1946, concluindo no
segundo deles, que os motociclistas que tinham usado o seu capacete sofreram um
menor numero de feridas apesar de terem menor popularidade do que os que não o
usavam. O primeiro capacete a ser fabricado em serie foi o denominado
Cromwell, baseado precisamente nos capacetes fabricados pelo Dr. Hugh Cairns.
A partir deste momento, a
industria do capacete foi evoluindo a passos gigantescos, e os materiais com que se
fabricavam foram melhorando cada vez mais. Da fibras de coco, passou-se a
“Papel maché” forrado com cortiça, fibra de vidro, A.B.S.
(acrilonitrilo-butadieno-estireno, material material termoplástico que não deve
ser confundido com o sistema ABS), poliuretano, e mais
recentemente fibra de
carbono e Kevlar.
A patente do capacete foi
realizada por Charles
F.Lombard, um investigador da universidade do Sul da
Califórnia, em 1953, e que já utilizava a mesma forma de construção que
conhecemos na atualidade: um interior acolchoado que dissipa a energia do
impacto e uma exterior, também denominada “casco”, leve e muito resistente.
Em 1957, a Fundação Snell, que
herdou o seu nome de William “Pete” Snell, piloto que faleceu em consequência
dos ferimentos sofridos na cabeça, após um acidente de mota, normalizou o
fabrico dos capacetes.
Tipos de capacetes
Os capacetes, em função
da sua forma, podem-se dividir em cinco classes que agruparemos desde os mais
seguros aos menos seguros: Integrais, semi-integrais, modulares, jet, semi jet
e os conhecidos como calimero ou evita multas, que foram proibidos.
Capacete integral
Os capacetes
integrais envolvem completamente a cabeça e a cara. Possuem uma viseira na
parte frontal e entradas de ar dianteiras e traseiras para manter uma ideal e
confortável temperatura interior. Dependendo da qualidade, utilizam sistema de
fecho rápido ou presilhas denominadas de “duplo D”, sendo estas ultimas as mais
seguras uma vez que é praticamente impossível que se soltem em caso de
acidente.
Capacete modular
Os capacetes
semi-integrais, modulares ou convertíveis, apresentam um aspeto quase
idêntico aos anteriores, com a diferença de que além da viseira, toda a parte
frontal é amovível, podendo abrir-se completamente, deixando o rosto ao ar.
Muito cómodos por exemplo para poder falar com outra pessoas sem ter de o
retirar, ainda que por questões de segurança, deve-se circular com ele fechados
por forma a estarmos corretamente protegidos.
Capacete jet
Os capacetes de
tipo jet são muito utilizados por condutores de scooters e ciclomotores.
Protegem completamente a cabeça e deixam aberto o rosto, embora em algumas
versões, para evitar o desconforto do vento a bater na cara, possuem viseiras
ou semi-viseiras.
Capacete semi jet
Por último, os capacetes
semi jet são quase iguais aos anteriores apesar de um pouco mais pequenos,
deixando a parte inferior da cabeça ao ar (as laterais da mandibula e parte
superior da nuca). Também dispões de viseiras frontais para evitar o vento na
cara.
Uso do capacete
O capacete
deve ser utilizado sempre que conduzimos um ciclomotor ou mota, mesmo quando estamos a realizar manobras a baixa velocidade
como estacionar num parque de estacionamento ou semelhante uma vez que também
aí podemos sofrer uma queda e bater com a cabeça no chão com força suficiente
para sofrer graves lesões.
O capacete
deve assentar corretamente na cabeça, de forma firme mas sem nos magoar. Um capacete novo deverá mesmo apertar
um pouco porque com o uso o seu interior acabará por ceder, tornando-se mais
comodo. Um capacete que fique largo não nos protegerá corretamente. Igualmente,
devemos leva-lo corretamente preso e com a correia suficientemente tensa por
forma a evitar que se solte em caso de colisão.
Por último, dependendo do
material utilizado no seu fabrico, pode ter uma data de validade a partir da qual não nos
protegerá corretamente e teremos de o trocar. Também, em caso de sofrer um
qualquer acidente ou golpe, deverá
ser enviado ao fabricante para ser inspecionado da existência
de qualquer dano que possa diminuir a sua eficácia, apesar de nos parecer em
perfeitas condições.
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